O déficit cognitivo na fase de envelhecimento está diretamente associado à limitação da mobilidade: a cada ano o cérebro perde um pouco de sua capacidade funcional, o que compromete o desempenho motor e racional. Por isso, atividades que estimulem a cognição e o movimento do corpo são essenciais para garantir longevidade com saúde à pessoa idosa. Alguns pesquisadores até comparam o cérebro com um músculo, enfatizando que a falta de estímulo cerebral pode originar ou agravar debilitações na saúde.
A cognição está relacionada a todos os aspectos que envolvem o funcionamento mental, entre eles: habilidades para expressar sentimentos, pensamentos, percepções, lembranças e raciocinar, além das estruturas complexas que envolvem a capacidade de produzir e fornecer respostas aos estímulos externos. Os processos cognitivos básicos são percepção, atenção, memória, pensamento, linguagem e aprendizagem.
Como é o cérebro que controla o corpo todo, a perda cognitiva pode acarretar, para a pessoa idosa, maior risco de queda, causando hospitalização, dependência e outros transtornos. A neuroplasticidade é a capacidade de recuperação do cérebro frente a estímulos; o cérebro tem capacidade de restabelecer conexões, podendo melhorar seu desempenho por meio de treino. Assim, as estimulações multissensoriais e cognitivas cooperam para a neuroplasticidade e melhora da cognição, além de contribuir para a adaptação do indivíduo frente a novas experiências.
Entre as atividades de estímulo cognitivo e motor estão os jogos de mesa (dominó, cartas, dama, xadrez, quebra-cabeça); estímulos do tato, olfato, audição e visão (por meio de práticas sensoriais utilizando texturas e formas); atividades artísticas/manuais (pintura, modelagem, desenho com giz de cera, tinta guache e lápis de cor, dobradura e origami); atividade de raciocínio (palavras-cruzadas, caça-palavra, jogo dos 7 erros, jogo de ligar as figuras/palavras, jogo da memória); bingo de figuras; boliche; jogo das argolas; atividade de agilidade e equilíbrio com bexigas e bolas; dança; alongamento e exercício físico com diversos materiais (bolas e bambolês).
Outras atividades cognitivas que estimulam a memória:
Ouvir música
Geralmente associada com experiências emocionais muito intensas, a música é um recurso poderoso na prevenção e no tratamento dos sintomas de perda de memória, justamente porque gera lembranças desses momentos.
Olhar fotos
As fotos trazem lembranças emocionais muito fortes e contribuem para manter a memória ativa. Álbuns de fotos e porta-retratos são excelentes ferramentas para ajudar o idoso a lembrar-se de pessoas, lugares e acontecimentos.
Lidar com a tecnologia
Por meio da tecnologia, o idoso desenvolve sua comunicação, socialização e tem acesso à informação.
Dormir bem
Durante o sono, o corpo para, mas o cérebro não. Por isso, uma noite de sono de qualidade possibilita que o cérebro execute muitas funções, sendo que a maior parte delas está justamente voltada à manutenção da memória.
Tanto as atividades físicas quanto as mentais podem potencializar as funções cognitivas e impulsionar ações que diminuam o desenvolvimento de doenças e o índice de quedas, garantindo qualidade de vida para a pessoa idosa.